Constantemente nos deparamos com dificuldades de pais e familiares em relação ao conhecimento de o fato de uma criança ser ou não ser prematura e, se for prematura, qual a melhor conduta e como agir.
Conversaremos um pouco sobre estas dúvidas neste artigo.
Segundo a OMS, no mundo nascem anualmente 20 milhões de bebês prematuros e com baixo peso, dos quais um terço morre antes de completar um ano de vida e em cada 10 recém-nascidos vivos, 09 tem peso inferior a 1000g ao nascer.
Estes bebês podem apresentar várias complicações e dificuldades para a adaptação à vida extrauterina devido à imaturidade dos diversos sistemas orgânicos.
Nem todos os prematuros precisam de cuidados intensivos, muitos são assistidos em unidade de cuidados intermediários ou em berçários, dependendo do grau de prematuridade e da gravidade das complicações.
Anteriormente, todos os bebês prematuros e com baixo peso, mesmo adquirindo estabilidade clínica e estando apenas em processo de engorda, eram mantidos nas unidades de cuidado intensivo durante vários dias, até atingirem 2000g de peso. Apesar dos avanços tecnológicos esse ainda não é um ambiente confortável para o bebê. As incubadoras são muito diferentes do útero materno e falíveis quanto à proteção dos bebês, que ficam expostos às bactérias hospitalares, aumentando os riscos de infecções. Além disso, a iluminação intensa, os barulhos excessivos (monitores, motores das incubadoras, as vozes das várias pessoas que transitam na Unidade) e realização de procedimentos dolorosos (aspiração de secreção, punção venosa), que interrompem-lhes o sono várias vezes ao dia, são constantes fontes de estresse.
Atualmente, bebês da UTI Neonatal que sejam clinicamente estáveis e pesem menos que 1.400g podem ser encaminhados para o Método Canguru, exceto devido a fatores como carência de vagas na Enfermaria Canguru ou indisponibilidade materna, já que deverá acompanhar a criança em tempo integral.
O Método Canguru enquadra-se nas ações de humanização dos serviços de saúde, e caracteriza-se por contato precoce, entre a mãe e o recém-nascido de baixo peso, que se encontra em processo de ganho de peso. O bebê recebe maior estimulação tátil, cinestésica, auditiva, visual e térmica, podendo alimentar-se em livre demanda, pelo contato direto com a mãe.
Todo esse conjunto, que simula as condições intrauterinas, possibilita ao bebê prematuro completar sua idade gestacional em um ambiente aconchegante, seguro e rico em estímulos, fundamental para a maturação cerebral.
Sendo assim, após o parto, o período determinante para desenvolvimento do sistema neuromotor dá-se entre zero (00) e dois (02) anos de idade, portanto, se o bebê permanecer em um ambiente favorável, rico em estímulos apropriados à sua idade, poderá apresentar melhora dos padrões de sono, estabilidade dos estados de consciência e posturas adequadas, favorecendo a estabilidade fisiológica.
Os recém-nascidos prematuros de baixo peso durante a primeira semana de vida, apresentam um quadro característico chamada “apatia protetora”, permanecendo a maior parte do tempo sem chorar, com poucas mudanças de flexão dos membros, a possibilidade da mão na boca, a posição semissentada com o apoio entre os seios da mãe promove o início do controle de cabeça, melhor orientação e controle visual. A posição Canguru oferece tudo isso ao bebê, diferente das crianças da UTI, que mesmo estando em posição prona e/ou contida por rolinhos, estarão sempre em desvantagem pela menor estimulação tátil.
Além do mais, fortalece o vínculo comunicativo entre mãe e filho, favorecendo o desenvolvimento da comunicação.
Consulte seu fonoaudiólogo, converse com sua equipe médica!!