De manhã em uma escola, durante à tarde, outra escola, à noite em outra diferente. De uma sala de aula para outra, depois de um intervalo de 50 minutos. Após o trabalho, provas para corrigir, atividades para preparar, estudos, pesquisas e matérias para explicar no outro dia.
No dia seguinte, serão horas e horas em pé, falando para a classe e se preparando para as próximas aulas. Apesar de ser um grande desgaste para o professor, é possível se prevenir e evitar complicações que podem tirá-lo da sala de aula por algum tempo.
Neste contexto, sabemos que a principal ferramenta de trabalho dos professores não é o livro e nem uma transparência refletida na parede: é a voz; sem ela, seria muito mais difícil transmitir conhecimento para os alunos.
Com base em uma pesquisa norte-americana, feita por Nelson Roy, da University of Utah, as fonoaudiólogas Fabiana Zambon, do Sinpro-SP (Sindicato dos Professores de São Paulo) e Mara Behlau, do CEV-SP (Centro de Estudos da Voz – São Paulo) iniciaram uma pesquisa com professores e não-professores para verificar os problemas de voz que a profissão acarreta.
Dos 259 professores pesquisados, 62,9% afirmam que já sofreram problemas vocais e mais de 15% acreditam que precisarão mudar de ocupação no futuro por conta de problemas na voz.
O desgaste do professor é consequência de um sistema que não funciona, no qual o professor é mal remunerado, tem pouco tempo para cuidar da saúde, não se alimenta adequadamente e muito exigido em sala de aula. “Ele dá mais aula do que deveria, trabalha quando deveria descansar, quando deveria recondicionar seus conhecimentos”.
Muitas vezes o professor entra no mercado de trabalho sem ter informações básicas de como cuidar da voz, e assim, ele não procura ajuda profissional para prevenir, e sim para tratar um problema que já existe. “Seria interessante que o professor tivesse, durante a sua formação, algo para aprender a cuidar da voz”, conforme resultados de uma pesquisa que efetuei em meu curso de especialização em 2007, no UNILAVRAS.
Por meio de simples mudanças no dia a dia já é mais fácil cuidar da saúde, mas falta consciência, até mesmo para quem já sofreu com desgastes.
Para não fazer sua voz sofrer, procure por seu Fonoaudiólogo!