Programas básicos em Equoterapia (conforme ANDE)

É sabido que cada indivíduo, com deficiência e/ou com necessidades especiais, tem o seu “perfil”, o que o torna único. Isto evidencia a necessidade de formular programas individualizados, que levem em consideração as demandas daquele indivíduo, naquela determinada fase de seu processo evolutivo.

A equoterapia é aplicada por intermédio de programas individualizados organizados de acordo com as necessidades e potencialidades do praticante; a finalidade do programa;

Os objetivos a serem alcançados, com duas ênfases:

  • a primeira, com intenções especificamente terapêuticas, utilizando técnicas que visem, principalmente, à reabilitação física e/ou mental;
  • a segunda, com fins educacionais e/ou sociais, com a aplicação de técnicas pedagógicas aliadas às terapêuticas, visando à integração ou reintegração sociofamiliar.

Programa Hipoterapia:

Programa essencialmente da área de saúde, voltado para as pessoas com deficiência física e/ou mental; é chamado em várias partes do mundo de hipoterapia; a ANDE-BRASIL também adota tal nome para este programa da Equoterapia.

Neste caso o praticante não tem condições físicas e/ou mentais para se manter sozinho a cavalo. Portanto, não prática equitação.

Necessita de um auxiliar guia para conduzir o cavalo. Na maioria dos casos, também do auxiliar lateral para mantê-lo montado, dando-lhe segurança.

A ênfase das ações é dos profissionais da área de saúde, precisando, portanto, de um terapeuta ou mediador, a pé ou montado, para a execução dos exercícios programados.

O cavalo é usado principalmente como instrumento cinesioterapêutico.

  • Na implantação da equoterapia no Brasil, traçada antes da divulgação e da fundação da ANDE-BRASIL, ficou decidido adiar a prática esportiva a cavalo, para PCD e/ou PNE, para época mais oportuna, inclusive sob o controle de outras entidades.

Leva-se em consideração:

  • a falta de cultura equestre no país;
  • a necessidade de desmistificar o cavalo como animal perigoso, principalmente para PCD e/ou PNE;
  • a não existência de escolas regulamentadas, na formação de cavaleiros e muito menos instrutores de equitação;
  • a existência, somente da Escola de Equitação do Exército na formação de professores de equitação, na sua grande maioria para o próprio Exército e Polícias Militares Montadas;
  • a despreocupação dos órgãos competentes de hipismo, com a capacitação e controle das “escolinhas” de clubes hípicos preocupando-se tão somente, com a competição hípica e,
  • principalmente porque se desejava implantar a Equoterapia em Centros de Reabilitação e Educação e não meramente locais de esporte e lazer.

Após quinze anos de institucionalização da ANDE-BRASIL, já tendo apoiado competições Paraolímpicas e o aparecimento da atividade chamada de Hipismo Adaptado, resolveu criar o Programa Prática Esportiva Paraequestres.

Após o Programa Pré-esportivo, que já tem um sentido de inserção social, abre o caminho para o Programa Prática Esportiva Paraeqüestre.

Este programa tem como finalidade preparar a pessoa com deficiência para competições paraequestres com os seguintes objetivos:

  • prazer pelo esporte enquanto estimulador de efeitos terapêuticos;
  • melhoria da autoestima, autoconfiança e da qualidade de vida;
  • inserção social;
  • preparar atletas de alta performance.

Este programa abre caminho para competições paraequestres tais como:

  • Hipísmo Adaptado modalidade de competição, dentro de um conceito festivo, adaptada ao praticante de equoterapia, normatizada, coordenada, em âmbito nacional pela Associação Nacional de Desportes para Deficientes e que já realiza competições desta modalidade.
    • Paraolimpíadas organizadas paralelamente às Olimpíadas e que se destinam às pessoas com deficiência física. Nela, os atletas competem em provas olímpicas em particular no “adestramento paraolímpico”. É regulada pela Federação Equestre Internacional (FEI) e no Brasil pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), em parceria com o Comitê Paraolímpico Brasileiro.
    • Olimpíadas Especiais, criada para pessoas com deficiência mental que buscam somente a participação e não a alta performance. Esta modalidade está sendo regulamentada pela SPECIAL OLYMPICS BRASIL.
    • Volteio Eqüestre Adaptado, são exercícios realizados sobre o cavalo que se movimenta em círculos, conduzido por um cavaleiro por intermédio de uma “guia longa”. Deverá ser regulamentado pela FEI, tornando-se, portanto, mais uma modalidade Paraolímpica. O Volteio Equestre Adaptado, provavelmente terá um progresso bem maior que o Adestramento Paraolímpico, pelos seguintes motivos:
      • poderá ser praticado individualmente, em dupla e o mais importante, em equipe;
      • a utilização de um mesmo cavalo por várias equipes, tornando a competição mais fácil de organizar e mais econômica em relação ao Adestramento;
      • o número de atletas beneficiados pela competição será bem maior, reforçando os conceitos de colaboração, respeito e espírito de equipe.

Programa Educação/Reeducação:

  • Este programa pode ser aplicado tanto na área de saúde quanto na de educação/reeducação.
  • Neste caso o praticante tem condições de exercer alguma atuação sobre o cavalo e pode até conduzi-lo, dependendo em menor grau do auxiliar-guia e do auxiliar lateral.
  • A ação dos profissionais de equitação tem mais intensidade, embora os exercícios devam ser programados por toda a equipe, segundo os objetivos a serem alcançados.
  • O cavalo continua propiciando benefícios pelo seu movimento tridimensional e multidirecional e o praticante passa a interagir com o animal e o meio com intensidade. Ainda não prática equitação e/ou hipismo.
  • O cavalo atua como instrumento pedagógico.

Programa Pré-Esportivo :

Também pode ser aplicado nas áreas de saúde ou educativa.

O praticante tem boas condições para atuar e conduzir o cavalo e embora não pratique equitação, pode participar de pequenos exercícios específicos de hipismo, programados pela equipe.

A ação do profissional de equitação é mais intensa, necessitando, contudo, da orientação dos profissionais das áreas de saúde e educação.

O praticante exerce maior influência sobre o cavalo.

O cavalo é utilizado principalmente como instrumento de inserção social.

Programa Prática Esportiva Paraeqüestre