Quando falamos em tratamento das dificuldades de fala devemos levar em consideração uma série de aspectos que irão conduzir o paciente a uma série de melhoras gradativas.
Em primeiro lugar, além da avaliação minuciosa relação a hereditariedade, hábitos de vida diária, condições emocionais e demais fatores desencadeantes das dificuldades de fala, o terapeuta deve tornar o ambiente profissional acolhedor. Ele é o mediador, o facilitador do tratamento em que o paciente terá, bem como de sua fala, de suas relações de comunicação e das técnicas a serem empregadas, promovendo, ou facilitando, a fluência (fala sem bloqueios).
No processo terapêutico, torna-se importante trabalhar com a propriocepção, o relaxamento psicofísico, a coordenação pneumo-fono-articulatória, a lentificação da fala, o aumento da amplitude articulatória, o contato de olho, entre outros. Estratégias como o cancelamento, o pull-out, o de redução gradativa de tensão, gagueira voluntária, início de fonação suave, fala ritmada ou silabada, fala sob mascaramento, atraso do feedback auditivo associado à alteração da frequência da fala, são excelentes aliados no trabalho de promoção de fluência e/ou modificação da gagueira.
O paciente deverá ser estimulado a participar ativamente, executando as atividades prescritas pelo terapeuta no seu dia a dia. O terapeuta levará o paciente a compreender melhor a gagueira, a sentir como ela acontece em seu corpo. Leva-o a tomar consciência de seus sentimentos em relação à sua fala e à gagueira. Durante todo o processo, o terapeuta irá orientar e acolher, tendo sempre em mente que ali as pessoas estão tratando de um ponto de dor para elas: a gagueira.
A terapia fonoaudiológica promove mudanças lentas e gradativas na maneira como o cérebro processa a fala. Em outras palavras, após a terapia fonoaudiológica, algumas regiões cerebrais estão mais ativadas e outras menos ativadas. Na verdade, as melhoras obtidas (tanto na fluência em si, como na forma de lidar com a gagueira) são devidas às mudanças funcionais no cérebro desencadeadas pelas técnicas terapêuticas fonoaudiológicas.
O tempo total de terapia depende de uma série de fatores, tais como: intensidade da gagueira, presença de outros distúrbios de fluência e/ou de linguagem, presença de outros distúrbios neurológicos ou psiquiátricos, idade do paciente, aderência do paciente ao tratamento e grau de especialização do fonoaudiólogo. Em média, os tratamentos duram de seis meses (casos mais leves) até dois anos (casos mais graves). Lembrando que cada caso é único e seu tempo varia também.
A participação de paciente, família, social é muito importante durante todo o tratamento. Quanto maior a participação de todos nós, menor o tempo de tratamento. Não quebrar o tratamento é muito importante em todo e qualquer caso. Faltar ao tratamento é quebrar todo o processo de reabilitação e retardar a alta do paciente.
O fato de ter feito um tratamento fonoaudiológico para as dificuldades de fala não implica nunca mais cogitar um outro tratamento: a gagueira pode se modificar ou se agravar com o passar do tempo devido ao surgimento de outras doenças, traumas e a novas experiências estressantes que foram vivenciadas ao longo da vida ou ao próprio envelhecimento.
Esteja sempre em contato com seu fonoaudiólogo e siga sempre suas orientações!!! Ainda restam dúvidas? Entre em contato e agende sua consulta.